No Mixed Martial Arts – MMA e no Jiu-Jítsu observamos
constantemente a busca dos atletas, técnicos e preparadores por métodos
complementares de treinamento com intuito de maximizar em curto prazo o
rendimento dos atletas. Baseados nisso, surge em diversos indivíduos os
seguintes questionamentos: Snorkel para atletas de MMA? Plataforma vibratória?
Kettlebell? Funcionam? Como utilizar? Bom, dependendo de como e quando for
utilizado, alguns desses meios e métodos podem realmente ser muito úteis
COMPLEMENTANDO o trabalho de preparação física, enquanto outros são bem
questionáveis por não haver nada conclusivo na literatura científica que
respalde sua utilização. Portanto, pode ser que não resulte em nada, além de
perda de dinheiro e tempo. Na melhor das hipóteses, o resultado se igualar a
outros meios e métodos já existentes, não sendo de fato, nenhum diferencial.
Para jogar luz à discussão, baseamo-nos em um artigo recente realizado com
boxeadores de elite, que reforça a tese de que um método milenar e,
relativamente fácil de ser encontrado no Brasil e no exterior, além de custo bem
razoável, pode REALMENTE ser útil na preparação física de lutadores: a
Acupuntura (e métodos similares baseados em seus princípios).
Diferente dos mais tradicionais centros de Medicina Esportiva
e Treinamento Desportivo do Ocidente, na China, localizada no Oriente, não houve
abandono em definitivo de seus conhecimentos milenares (Medicina Tradicional
Chinesa). No entanto, atualmente, a tendência por lá é unir os resultados dos
estudos realizados em universidades ocidentais (Estados Unidos, Inglaterra,
França, etc.), com os estudos realizados nos países do antigo Bloco Comunista
(Rússia, Romênia, Alemanha Oriental, etc.) e somar com pesquisas recentes
realizados em seu País, para verificar a influência de métodos milenares no
rendimento de atletas de elite. Não é a toa que a China ficou em primeiro lugar
no quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos de 2008. Claro que teve a vantagem de
ser o País-Sede, mas, seguramente, só isso não seria suficiente para produzir um
exército nunca visto antes de atletas de "superelite" (primeiro lugares em quase
todas as provas em que participaram).
Similar ao MMA e mesmo ao Jiu-Jítsu, no Boxe, exige-se condicionamento cardio-respiratório elevado, velocidade, flexibilidade, força muscular e aptidão anaeróbia para manutenção de intenso esforço físico durante todo o combate, além de controle de peso, abrangendo a classificação do atleta por categorias de peso. Desse modo, deve haver equilibrio entre a capacidade técnica, física e a saúde geral do atleta. Quando o aparelho cardio-respiratório é eficiente, com gasto de energia adequado e sistema de lactato sanguíneo otimizado para suprir o lutador (apesar de controvérsias...), este pode demonstrar todo seu potencial e desempenho. Dentre todas as qualidades físicas citadas, a eficiência máxima do aparelho cardio-respiratório é o elemento absoluto para atletas em quase todos os tipos de esportes. O VO2 máx. (ou Potência Aeróbia Máxima) é um indicador fundamental para avaliar a aptidão cardiovascular e é um dos elementos críticos para o sucesso em diversas modalidades. Já a acupuntura auricular, é um método de diagnóstico e tratamento, cujo objetivo é normalizar as disfunções do corpo por estimulação de pontos definidos na orelha. Em estudos prévios foi verificado a eficácia da acupuntura na orelha, principalmente no tratamento da dor aguda ou crônica e no tratamento da ansiedade.
Similar ao MMA e mesmo ao Jiu-Jítsu, no Boxe, exige-se condicionamento cardio-respiratório elevado, velocidade, flexibilidade, força muscular e aptidão anaeróbia para manutenção de intenso esforço físico durante todo o combate, além de controle de peso, abrangendo a classificação do atleta por categorias de peso. Desse modo, deve haver equilibrio entre a capacidade técnica, física e a saúde geral do atleta. Quando o aparelho cardio-respiratório é eficiente, com gasto de energia adequado e sistema de lactato sanguíneo otimizado para suprir o lutador (apesar de controvérsias...), este pode demonstrar todo seu potencial e desempenho. Dentre todas as qualidades físicas citadas, a eficiência máxima do aparelho cardio-respiratório é o elemento absoluto para atletas em quase todos os tipos de esportes. O VO2 máx. (ou Potência Aeróbia Máxima) é um indicador fundamental para avaliar a aptidão cardiovascular e é um dos elementos críticos para o sucesso em diversas modalidades. Já a acupuntura auricular, é um método de diagnóstico e tratamento, cujo objetivo é normalizar as disfunções do corpo por estimulação de pontos definidos na orelha. Em estudos prévios foi verificado a eficácia da acupuntura na orelha, principalmente no tratamento da dor aguda ou crônica e no tratamento da ansiedade.
No estudo (Lin et al., 2009) mais recente utilizado
para se confirmar a hipótese de que a acupuntura poderia melhorar o rendimento
de boxeadores, os pesquisadores tinham o intuito de verificar se poderia
diminuir a freqüência cardíaca dos atletas em repouso, aumentar o consumo de
oxigênio e acelerar a excreção pós-exercício de metabólitos no sangue,
acelerando a recuperação. Desse modo, além de investigar os efeitos da
acupuntura auricular em lutadores, os pesquisadores desejavam desenvolver
métodos eficazes para ajudar os atletas a se recuperarem rapidamente após os
treinamentos e competições. Assim, trinta boxeadores foram divididos em três
grupos:
Grupo 1 = 10 atletas (estimulação auricular – não foram utilizadas agulhas e sim compressão com fita adesiva e pequenas esferas de metal “imantadas” nos mesmos pontos utilizados na acupuntura com agulhas – Obs.: Nas 2 orelhas);
Grupo 1 = 10 atletas (estimulação auricular – não foram utilizadas agulhas e sim compressão com fita adesiva e pequenas esferas de metal “imantadas” nos mesmos pontos utilizados na acupuntura com agulhas – Obs.: Nas 2 orelhas);
Grupo 2 = 10 atletas (acupuntura auricular –
foram utilizadas agulhas nos pontos de acupuntura – Obs.: Nas 2 orelhas);
Grupo 3 = 10 atletas (grupo controle – foi utilizado compressão apenas com fita adesiva – Obs.: Nas 2 orelhas).
Os principais pontos de acupuntura estimulados na orelha, dentre outros, foram os correspondentes ao coração, pulmão, fígado e ao sistema endócrino (“hormonal”). Os pontos eram estimulados 30 minutos antes do exercício escolhido para o teste (corrida na esteira com incremento na velocidade a cada 2 minutos até completa exaustão do lutador).
A potência aeróbia (VO2 máx.) verificada no Grupo 1 foi significativamente superior a dos Grupos 2 e 3. Os pesquisadores afirmaram por meio desse achado, que a acupuntura auricular pela estimulação dos pontos (sem agulhas) poderia significativamente aumentar a recuperação após o exercício e aumentar a captação de oxigênio. Verificou-se que o uso dos princípios da Acupuntura Auricular ajudou a melhorar a capacidade de recuperação dos atletas de elite do Boxe. Concluíram o estudo, alertanto que a estimulação auricular poderia potencialmente aumentar a capacidade aeróbia dos atletas, e, consequentemente a capacidade do atleta em sustentar esforços intensos por mais de 2 minutos (fato comum a atletas de Jiu-Jítsu, MMA, Submission e Grappling). Além disso, foram observadas diferenças significativas na temperatura corporal dos atletas antes e após a estimulação auricular, sugerindo influência física positiva sobre o estado de prontidão para o combate iminente. Em suma, esse estudo demonstrou que, além de melhorar a função dos elementos necessários para o alto rendimento de lutadores, a estimulação dos pontos de acupuntura auricular antes do exercício também diminuiu o tempo de aquecimento necessário para os atletas, além de efeitos positivos significativos sobre o consumo máximo de oxigênio. Recomendaram utilizar a estimulação auricular nas três fases do planejamento competitivo do atleta: adaptação (ou fase geral – “longe da competição”), treinamento (ou fase especial – “mais próxima da competição”) e competição (ou fase competitiva – “as 2-3 semanas que antecedem o dia da competição”).
Leandro Paiva
Referência: Lin et al. Effect of auricular
acupuncture on oxygen consumption of boxing athletes. Chinese Medical
Journal, v.122, n.15, p.1743-1748, 2009